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O Tarô Terapêutico e a sua relação com a Psicanalise

Atualizado: 1 de abr. de 2022

Elise Gomes (Saë)

Estudante de Psicanálise Clínica do IBPC - Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica


Este é um texto que eu escrevi para a avaliação do Módulo 1 do curso de Psicanálise Clínica. Eu decidi adiciona-lo ao meu blog também para poder compartilhar com vocês essa minha jornada no estudo dessa apaixonante área que é a Psicanálise.

Espero que gostem ;)


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Não é de hoje que a ideia de materialização de uma ponte que permita a comunicação entre o consciente e o inconsciente, seja uma temática que instiga a curiosidade de estudiosos tanto do âmbito holístico, voltado para o tarô e tratamentos energéticos, quanto de estudiosos de áreas voltadas para a psicologia ou áreas que buscam fazer uma leitura psicanalítica dos mais variados eventos através de interpretação de imagens.


Muito além de um instrumento divinatório usado por poucos escolhidos capazes de fazer as já tão conhecidas "previsões para o futuro”, como já foi - e ainda é - popularmente visto.

O Tarô possui formidáveis aplicações terapêuticas que, através de leitura de significados, dentre os mais variados arquétipos, possibilita uma extrassensorial experiência de autoconhecimento e análise.


Os oráculos do Tarô, de acordo com Carl Jung, responsável por fundar a psicologia analítica, são excelentes instrumentos de intercomunicação entre o consciente e o inconsciente.



De acordo com a abordagem do psiquiatra suíço, quando usadas de forma terapêutica, as cartas de Tarô representam os diferentes arquétipos do inconsciente, por vezes referido como inconsciente coletivo em literatura do próprio Jung que ficou conhecido também por explorar a importância da psique individual e sua busca pela totalidade.

Inconsciente refere-se a fatos que ocorrem sem a intervenção direta, e por vezes, sem o conhecimento da mente consciente.


Para Jung o insconsciente coletivo é uma espécie de coleção de memórias compartilhadas e coletadas por toda a humanidade ao longo de todo o processo de evolução. Essas memórias seriam guardadas em forma de imagens, como álbuns de fotografias. Dele surgem medos, paixões e demais sentimentos inatos que costumam não ter muitas explicações de onde surgiram.

Sendo assim, pode-se dizer que o termo inconsciente refere-se a processos que ocorrem nas mentes de todas as pessoas, sem que as mesmas tenham consciência disso.

No contexto da Psique humana, o insconsciente coletivo, de acordo com a psicologia analítica, é sua parte mais profunda. É formado por características e imagens compartilhadas com todos os serem humanos. Uma variedade de arquétipos podem ser formados a partir do inconsciente coletivo.

Essa camada de consciência é tão profunda que as pessoas, de forma geral, não possuem a capacidade de se lembrarem das imagens de forma consciente.


Já o inconsciente individual ou pessoal refere-se a parte mais interna de um único ser humano e forma-se ao longo das experiências de vida daquele indivíduo. São experiências que podem ter sido traumáticas para a pessoa e por isso foram reprimidas e recusadas pelo ego.

Ainda nesse contexto, os arquétipos são representações, muitas vezes visuais, super simplificadas, dos mais diversos papéis sociais que criamos, como grupo social, para vivermos de forma organizada e civilizada.

Mesmo tratando-se de um termo demasiadamente amplo e que conjuntamente engloba numerosas características em comum, ainda assim, cada ser possui sua própria forma de expressar as características de cada arquétipo.


O conjunto de experiências que um indivíduo tem ao longo de sua vida vai influenciar diretamente em como este humano vai se relacionar com determinado arquétipo, seja através de repulsa ou por meio de admiração.

Considerando-se os distintos papéis de cada arquétipo, pode-se entender o baralho do Tarô como uma poderosa Ferramenta Psicanalítica e Terapêutica com grande potencial de auxiliar no processo de autoconhecimento e de aconselhamento quanto a decisões que possam ser mais favoráveis ao desenvolvimento de cada indivíduo.


As cartas de Tarô, no contexto abordado, atuam como peça importante para o desenvolvimento e funcionamento de todo o sistema de arquétipos que operam em grupo. Cada indivíduo tem uma missão uma função, uma motivação na Terra.

O Tarô Analítico Terapêutico possui as imagens que, quando devidamente interpretadas, podem despertar um poderoso processo de reflexão sobre identidade. As imagens presentes no baralho do Tarô são capazes de levar múltiplas pessoas a questionarem e refletirem sobre quais arquétipos exercem maior influência em duas vidas e quais as suas implicações em sua forma de agir e responder a determinadas influências e estímulos externos.

Entende-se que até mesmo um processo que inicialmente pareça simples, como a escolha de uma dentre muitas cartas, possui significado. Esta interpretação se dá pois a escolha da carta trata-se do resultado da construção de uma ponte de comunicação entre o consciente e o inconscient


Pode-se assimilar este momento como o imaterial se tornando material e revelando sua natureza ao indivíduo, com o objetivo trazer respostas através de eventos de sincronicidade, de acordo com Jung.


Sincronicidade, neste caso, refere-se a eventos aparentemente não relacionados, mas que nos chamam a atenção pelas aparentes “coincidências” entre os mesmos. Como, por exemplo, olhar para o relógio quando são exatamente 11:11, ou um dejavu dentro de outro dejavu, ou até mesmo duas pessoas que nunca se encontraram antes, terem a mesma ideia de forma espontânea.

Em uma consulta de tarô terapêutico cabe ao Tarólogo Psicanalista interpretar e organizar as imagens que sejam manifestadas durante a consulta. O objetivo é transmutar a interpretação em uma narrativa que seja compreensível ao consulente.

É de extrema importância que o Tarólogo Psicanalista trabalhe de forma ética e entenda que o consulente estará falando sobre experiências marcantes.

Para uma interpretação do tarô cada vez melhor, é fundamental que exista um ambiente seguro e confiável. Somente dessa forma os assuntos mais traumáticos não se transformarão em meras feridas abertas novamente, mas serão poderosos gatilhos que podem iniciar o processo de cura, aceitação e ressignificação dessas e demais vivências.



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saeloveart saë loveart artista brasilia, pintura oleo sobre tela radicante pintura, empreendedorismo feminino, empreendedora, técnica própria de pintura

Elise Gomes, (Saë) é artista Extrassensorial. Transcendendo barreiras entre a arte da Pintura Tradicional e o mundo da Era Digital. Através da expressão de sua delicadeza característica, que pode ser percebida e sua técnica de Pintura Radicante. O estúdio SaeLoveart volta-se para uma abordagem mais espiritual do Design Gráfico Holístico. A designer trabalha com logo, branding e identidade visual.


Engajada principalmente em iniciativas sustentáveis, volta-se para a manifestação energética de cura pela arte. Saë é também Arteterapeuta, Internacionalmente qualificada como Cromoterapeuta e estuda Psicanálise (2021).

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