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Você, designer, comete esse erro? Saiba por que não está sendo contratado

Se você é designer UX/UI e está enfrentando dificuldades para conseguir um emprego ou avançar na carreira, talvez esteja cometendo um erro crucial: focar demais em ferramentas e de menos no que realmente importa.


Muita gente acredita que dominar Figma, Sketch ou qualquer outra ferramenta de design é o segredo para ser contratado. Afinal, ter um portfólio visualmente impecável, animações sofisticadas e uma biblioteca de componentes bem organizada parece ser um grande diferencial, certo?


Errado.


Design é uma área multidisciplinar, e acreditar que apenas o domínio técnico de uma ferramenta será suficiente para te destacar no mercado pode ser um grande equívoco. Empresas querem designers que resolvam problemas, que compreendam o comportamento do usuário e que saibam como suas decisões impactam o negócio.




A armadilha das ferramentas


Dominar ferramentas de design é essencial, mas não pode ser o único foco do seu aprendizado. Afinal, ferramentas mudam. O que realmente faz diferença é como você pensa, analisa e propõe soluções.


Já entrevistei designers que tinham mais de 10 certificados do Figma e dominavam todas as funcionalidades da ferramenta. Mas quando perguntamos:


- Como você melhoraria nosso onboarding?

- Qual é o maior ponto de dor no nosso checkout?

- Como esse design impacta a receita da empresa?


Eles travaram. Sabiam usar a ferramenta, mas não sabiam projetar pensando no usuário e no negócio.


O próprio Don Norman, autor de The design of everyday things, ressalta que design não é apenas sobre estética, mas sobre como as pessoas interagem com o mundo. Uma interface linda que não resolve um problema real é só uma peça decorativa digital.


Steve Krug, em Don't make me think, reforça que o objetivo do design de interfaces não é impressionar visualmente, mas garantir que o usuário encontre o que precisa sem esforço. Nenhuma ferramenta ensina isso sozinha.


O que um designer precisa saber além de ferramentas?


Os melhores designers que conheço possuem um perfil multidisciplinar e um aprendizado contínuo. Aqui estão as principais áreas que um designer precisa dominar para se destacar:


- Psicologia do usuário – Como as pessoas tomam decisões? O que influencia seu comportamento? Conhecimentos de psicologia cognitiva ajudam a criar experiências mais intuitivas. Livros como *100 things every designer needs to know about people*, de Susan Weinschenk, são leituras essenciais.


- Pesquisa e análise de dados – Um bom design é baseado em dados, e não em achismos. Saber analisar métricas, fazer testes de usabilidade e interpretar feedbacks dos usuários faz toda a diferença.


- Estratégia de negócios – O design impacta diretamente métricas como conversão, retenção e engajamento. Jared Spool fala muito sobre o ROI do design e como empresas que investem em UX bem feito têm mais retorno financeiro.


- Testes e validações no mundo real – Prototipação e testes com usuários são essenciais para garantir que a solução proposta realmente funciona antes de ser implementada.


Dominar essas áreas te torna um designer completo, capaz de se adaptar a qualquer mudança no mercado e usar qualquer ferramenta de maneira estratégica.


Como os melhores designers trabalham


Os designers que mais se destacam no mercado dividem seu tempo de maneira estratégica:


- 80% do tempo entendendo o problema – Conversam com usuários, analisam métricas, identificam padrões de comportamento e diagnosticam pontos de fricção na experiência.

- 15% do tempo esboçando soluções – Antes de abrir o Figma, testam ideias no papel, validam conceitos com a equipe e ajustam hipóteses antes de se comprometerem com uma interface.

- 5% do tempo no Figma – O trabalho visual é a última etapa do processo, quando já existe um caminho validado e embasado para guiar a interface.


O erro de muitos iniciantes é inverter essa ordem, começando direto pelo Figma e tentando solucionar problemas depois. Mas esse é um processo ineficiente e pouco estratégico.


Como evitar esse erro e ser contratado


Se você quer se destacar no mercado e conseguir um bom emprego como designer UX/UI, aqui estão algumas dicas:


- Invista tempo em entender o comportamento do usuário e os princípios da experiência do usuário.

- Aprenda a ler e interpretar métricas de produto para embasar suas decisões.

- Tenha visão de negócios e entenda como o design impacta os resultados financeiros da empresa.

- Participe de pesquisas, entrevistas com usuários e testes de usabilidade para validar suas soluções.

- Use o Figma (ou qualquer outra ferramenta) como um meio para executar suas ideias, e não como um fim em si mesmo.


Se você tem habilidades técnicas impecáveis, mas sente que ainda não consegue se destacar no mercado, talvez esteja na hora de expandir seus conhecimentos além do Figma. O design é uma área de aprendizado contínuo e multidisciplinar – e quem entende isso, cresce muito mais rápido na carreira.


Referências bibliográficas


- Don Norman – The design of everyday things

- Steve Krug – Don't make me think

- Susan Weinschenk – 100 things every designer needs to know about people*

- Daniel Kahneman – Thinking, fast and slow

- Jared Spool – Artigos sobre UX strategy e ROI do design



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